Deus não tem um sonho para você.
O sonho de Deus é você. E toda a sua vida, tudo o que você puder ser e realizar. Aquele que te criou não espera de você uma única coisa que um dia vai se cumprir. Você não tem, afinal, uma missão que guiará sua vida ao grande acontecimento que te consagrará. Você não é um super-herói com o chamado para salvar sozinho toda a humanidade e ter sobre si o peso da paz mundial.
Deus evidentemente se orgulha dos feitos de seus filhos e se alegra com suas conquistas. Mas entenda, por favor, que não é a presença ou a falta desses acontecimentos que vai diminuir o amor dele por você e, muito menos, a realização de sua vida. Não são os seus feitos que determinarão seu sucesso ou fracasso. É o seu caráter, a sua vida, as decisões que tomou que serão as suas marcas.
A realização do homem, por maior que seja, não pode ser maior do que o homem.
Por isso, não existem fins que justifiquem meios. Porque não existe fim. Existe o ser, simplesmente SER, e essa é a grande honra. Pode parecer pequeno, pode parecer monótono e sem graça, mas é o estar em Deus que faz a graça e dá a dimensão de grandeza para cada pequeno gesto e direção para a qual nossas vidas se conduzem.
Nas mãos de Deus somos nós o grande sonho – e não aquilo que fazemos ou deixamos de fazer. E embarcados nesse sonho, vivemos as grandes conquistas e as coisas pequenas da vida, sem que uma tenha mais valor ou importância que outra. Em Deus, publicar um best-seller ou pôr minha filha para dormir me dão o mesmo senso de conquista e realização. Porque a alegria não está nas coisas ou experiências, a alegria verdadeira está em Deus e na vida plena e abundante que isso representa.
Em Deus, não fazemos grandes obras. As nossas obras é que se tornam grandes.
Acreditar que temos um plano de vida, é reduzir nossa vida toda a um único projeto. E isso é muito pouco diante da grandeza da vida, da beleza da criação e da infinitude do Deus eterno e soberano a quem amamos.
As grandes conquistas de um homem, não podem ser julgadas por outro homem. E é sob o ponto de vista humano que em geral avaliamos a história de nossos semelhantes. Mas aos olhos de Deus, Martin Luther King Jr. foi tão grande nobre quanto qualquer de seus colegas de escola que foram trabalhar numa fábrica de veículos ou nas plantações de Atlanta.
Se tanto queremos o reconhecimento público, talvez até o consigamos, provavelmente o teremos como fruto de muito esforço. Mas se for esse o norte que rege a caminhada, então é muito provável que deixaremos de lado boa parte das verdadeiras conquistas que nos preencheriam.
Isso não quer dizer que não teremos grandes realizações, que não temos grandes coisas a fazer. Nossos dons e talentos devem ser usados com a finalidade dada por Deus, como fruto que alimente a outros. Porque nas mãos de Deus, pessoas comuns com seus dons afinados estão no centro de sua vontade. Líderes políticos, artistas, intelectuais, cobradores de impostos, pescadores e… carpinteiros.
Por isso, não precisamos nos encolher diante da vida, com medo de não deixar a grande marca que acreditamos que devemos imprimir no mundo. A marca que devemos deixar nesse mundo, somos nós, em nossa existência plena de Deus.
Se temos vida, a vida é Deus em nós.
E por onde você passar, cada palavra que pronunciar, que ali seja sua obra, sua missão, seu discurso libertador. Que seja você a voz de salvação. Que você tenha sonhos para Deus!
Nós em Deus,
Cristo em nós,
totalmente.
Que assim seja
eternamente.
Que assim sejamos,
totalmente em Deus,
simplesmente.
“Para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim” (João 17:21-23a).
A Ele!
Via Missão Virtual
Este texto faz parte do e-book Correndo Atrás do Vento de Luiz Henrique Matos.
O livro está no final da página. Vale muito a pena uma visita no blog dele também.
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