quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Sobre Deus – Rubem Alves
Disseram que ele tem prazer em ver o sofrimento dos homens, tanto assim que os homens, com medo, fazem as mais absurdas promessas de sofrimento e autoflagelação para obter o seu favor. Disseram que ele se compraz em ouvir repetições sem fim de rezas, como se ele tivesse memória fraca e a reza precisasse ser repetida constantemente para que ele não se esqueça. Em nome de Deus os que se julgavam possuidores das idéias certas fizeram morrer nas fogueiras milhares de pessoas.
Mas a fonte de água cristalina ignora as indignidades que os homens lhe fizeram. Continua a jorrar água cristalina, indiferente àquilo que os homens pensam dela. Você conhece a estória do galo que cantava para fazer nascer o sol? Pois havia um galo que julgava que o sol nascia porque ele cantava. Toda madrugada batia as asas e proclamava para todas as aves do galinheiro: “Vou cantar para fazer o sol nascer”. Ato contínuo subia no poleiro, cantava e ficava esperando. Aí o sol nascia. E ele então, orgulhos, disse: “Eu não disse?”. Aconteceu, entretanto, que num belo dia o galo dormiu demais, perdeu a hora. E quando ele acordou com as risadas das aves, o sol estava brilhando no céu. Foi então que ele aprendeu que o sol nascia de qualquer forma, quer ele cantasse, que não cantasse. A partir desse dia ele começou a dormir em paz, livre da terrível responsabilidade de fazer o sol nascer.
Pois é assim com Deus. Pelo menos é assim que Jesus o descreve. Deus faz o sol nascer sobre maus e bons, e a sua chuva descer sobre justos e injustos. Assim não fiquem aflitos com minhas idéias. Se eu canto não é para fazer nascer o sol. É porque sei que o sol vai nascer independentemente do meu canto. E nem se preocupem com suas idéias . Nossas idéias sobre Deus não fazem a mínima diferença para Ele. Fazem, sim, diferença para nós. Pessoas que tem idéias terríveis sobre Deus não conseguem dormir direito, são mais suscetíveis de ter infartos e são intolerantes. Pessoas que têm idéias mansas sobre Deus dormem melhor, o coração bate tranqüilo e são tolerantes.
Fui ver o mar. Gosto do mar quando a praia está vazia da perturbação humana, Nas tardes, de manhã cedo. A areia lisa, as ondas que quebram sem parar, a espuma, o horizonte sem fim. Que grande mistério é o mar! Que cenários fantásticos estão no seu fundo, longe dos olhos! Para sempre incognoscível! Pense no mar como uma metáfora de Deus. Se tiver dificuldades leia a Cecília Meirales, Mar Absoluto. Faz tempo que, para pensar sobre Deus, eu não leio teólogos; leio os poetas. Pense em Deus como um oceano de vida e bondade que nos cerca. Romain Rolland descrevia seu sentimento religioso como um “sentimento religioso”. Mas o mar, cheio de vida, é incontrolável. Algumas pessoas têm a ilusão que é possível engarrafar Deus. Quem tem Deus engarrafado tem o poder. Como na estória de Aladim e a lâmpada mágica. Nesse Deus eu não acredito. Não tenho respeito por um Deus que se deixa engarrafar. Prefiro o mistério do mar… Algumas pessoas não gostam do que penso sobre Deus porque elas deixam de acreditar que suas garrafas religiosas contenham Deus…
Via Blog do Elienai Jr.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
terça-feira, 25 de agosto de 2009
9,5 Teses contra as indulgências do Neopentecostalismo
2. Não existem objetos consagrados, óleos ungidos, orações fortes ou qualquer prática litúrgica que possa produzir um milagre. O cristianismo rejeita qualquer objeto ou forma visível para se chegar a Deus. O único caminho é a Fé em Cristo Jesus (que é o Caminho, a Verdade e a Vida), pois como diz a Bíblia: o justo viverá por Fé. (Romanos 1.17) Diz também: Ora a Fé é a certeza das coisas que não se vêem (Hebreus 11.1)... portanto, se você está vendo e nisso está sua certeza... isso não é Fé... isso não é cristianismo.
3. Não existem lugares santos para o cristianismo, nem Jerusalém, nem Israel, nem o monte Sinai, nem mesmo as igrejas (o mesmo serve para símbolos, sagrado somente o corpo, pois é Templo do Espírito Santo)... você não precisa ir a um lugar específico, enviar uma carta para uma fogueira em Israel ou para um morro na sua cidade... Deus não habita em lugares contruídos por mãos humanas. Igreja é sim, um lugar de reunião daqueles que servem, buscam e relacionam-se com Deus, não a Casa Dele, portanto, ninguém é obrigado a ir a uma igreja, mas na igreja você conhece aqueles que têm a mesma fé. (João 4.21-23 / Atos 7.48, 17.24)
4. Não acredite naqueles que afirmam ser sua igreja melhor que a outra... igreja não leva a Deus, religião alguma leva a Deus, pastor algum tem esse poder... o que leva a Salvação é o reconhecimento de que Deus é Deus, Cristo é seu filho e foi ressucitado por Ele... ser cristão é ser fiel a Deus e sua Palavra (Bíblia), não à instituições religiosas. (João 14.6)
5. Não acredite em pastores que podem "exigir" e "determinar" que Deus faça alguma coisa por você e que pedem algo em troca para fazer isso... Deus não obedece a homens. Deus ama o homem, não o explora. Nunca dê o que você não tem para dar... Cristo já deu a vida por você nada que você der poderá pagar isso.
6. Não é errado o dízimo nem a oferta, mas isso não pode servir de extorsão religiosa... o dízimo e a oferta devem ser voluntárias e para manutenção da igreja e dos necessitados (está na Bíblia e na Constituição Federal Brasileira, distorcer isso é crime e pecado)... se alguém dá oferta ou dízimo porque espera receber alguma coisa em troca é ignorante, pois conforme ensina o genuíno cristianismo, aquele que dá, dê sem nada esperar (o que tua mão direita der, a esquerda não veja)... o que assim não pensa, não conhece a Cristo nem a Bíblia... se algum pastor diz que você precisa ser "fiel" na oferta e no dízimo para que Deus seja "fiel" com você... é porque lhe nega a palavra que diz: o homem pode ser infiel, mas Deus permanece fiel pois não pode ir contra sua natureza. (2 Timóteo 2.13), a fidelidade de Deus não fundamenta-se num relacionamento de troca de favores, Deus o ama, independente de quem você é, como você é de quanto você tem.
7. Nenhum homem está livre de errar, inclusive os pastores, se algum pastor diz não ter pecados ou garante estar com ele toda a razão e que somente a ele Deus ouve... é mentiroso, a própria Bíblia o condena por tal atitude. (Romanos 3.23). A Palavra de Deus liberta o homem e não o aprisiona em doutrinas e ordenanças que de nada servem para aproximar o homem de Deus, mas sim, reduzí-lo a uma condição de escravidão a líderes que parecem ovelhas, mas que na verdade são lobos. Deus não se agrada daqueles que o temem seguindo apenas doutrinas humanas.... agrada-se daqueles que fazem a Sua vontade.
8. Uma pessoa não é abençoada porque é rica, é abençoada porque tem a Cristo... se algum pastor lhe promete riquezas sem fim e ainda utiliza-se de passagens bíblicas para isso... é mentiroso, vendedor da graça e maldito. O genuíno cristianismo NÃO promete riquezas nessa vida, mas sim, vida eterna e na glória do porvir. Se algum pastor só prega riquezas ele não serve a Deus, mas a Mamom*. (Mateus 6.24 / Marcos 10.23-24)
*deus do dinheiro; daquele que ama o dinheiro.
9. Não acredite em pastores que dizem que se você for para a igreja dele você nunca mais terá problema, pois disse Jesus: No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, pois eu já venci o mundo. (João 16.33) Aceitar a Cristo não é garantia de que nada de mal vai lhe ocorrer, mas a garantia de que você tem a vida eterna, se algum cristão julga serem as coisas do mundo mais preciosas que a vida eterna não é cristão... é nada... pois ainda que fosse ateu haveria mais misericórida para ele, mas pelo contrário, diz crer em Deus e rejeita toda Sua glória incorruptível por uma glória corruptível e passageira.
0,5. Para não ser enganado por um vendedor, leia o contrato, Para não ser enganado por um "pastor", que não liga muito para as suas ovelhas, leia a Bíblia. (Mateus 22.29)
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Daniel Clós Cesar
Contatos: daniel.clos@gmail.com
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Sobre música do mundo...
Conheci pessoalmente o Don Richardson, missionário na Papua Nova Guiné, autor do best seller “O Totem da Paz” entre outros livros, amigo, homem humilde e que honra o trabalho que nós brasileiros fazemos entre os índios do Brasil. Numa entrevista particular uma vez, meu marido lhe perguntou: Se voce tivesse de começar de novo, o que faria de diferente no seu ministério entre os sawis? Uma pergunta delicada, na verdade um eufemismo para: - “qual foi o grande erro que você cometeu e que não repetiria se tivesse uma nova oportunidade?”
Ele pensou, pensou, o que é um bom sinal... E finalmente disse: - Duas coisas; primeiro eu não teria traduzido corinhos da igreja Indonésia para a igreja Sawi, e o segundo teria usado dramas ao invés de pregação falada para ensinar o evangelho...
Pode parecer pouco para os não iniciados, mas para nós antropo-etno-linguo-teo-missionários foi a admissão de um grande erro. Ele estava dizendo que teria introduzido o evangelho numa forma cultural sawi e não na forma estrangeira... A maneira de cultuar, a maneira de pregar usada pelos sawis que são quase que 70% cristãos, é estrangeira, eles louvam indonesiamente, talvez até saibam cantar: ...”sim Deus é bom”... na sua própria língua.
Vamos sempre a cultos missionários, tristes a meu ver, quando se canta “yes God is good”, sim Deus é bom e por aí afora em muitas línguas, crendo-se que o grande propósito de Deus para o universo humano é formar na terra uma imensa e uniforme igreja evangélica.
O erro que Don cometeu, também cometeram os que primeiro nos pregaram o evangelho, e também continuamos cometendo nós líderes cristãos do Brasil de hoje. No último encontro nacional de JOCUM que se crê vanguarda e as vezes é perseguida por ser mesmo vanguarda em alguns aspectos, na frente de quase mil jovens, liderando uma reunião pedi que a equipe de louvor tocasse “Velha Infância” dos Tribalistas para louvarmos a Deus com intimidade. Ao mesmo tempo em que a música trouxe um espírito doce e especialmente terno para toda a platéia, encheu a boca e o coração dos jovens presentes de alegria, muitas pessoas se escandalizaram, e o líder do louvor teve que enfrentar muitas caras feias até o último dia...
Gosto de tocar “Um índio” de Caetano Veloso quando prego em congressos, e "Maria Maria", do Milton que considero músicas essenciais no entendimento de nossa identidade brasileira. Infelizmente nosso Jesus evangélico não é brasileiro. Ele é internacional, e por internacional leia-se americano-europeu do norte. Este Jesus fala inglês, louva medievalmente para algumas denominações e hosana-music-vineyard-mente para outras. Mas como um religioso fariseu, coloca-se sempre à parte da cultura, acima dela, desprezando-a completamente ao invés de restaurá-la, redimí-la, legitimá-la, comunicando-se com ela. Este Jesus fariseu-evangélico ora pelas praças usando shofares se proclamando santo e desprezando tudo e todos ao seu redor. Fala num jargão de gueto cultural, e se comunica apenas com seus “iniciados” e sua mensagem é obsoleta e irrelevante para a população em geral.
Um dia numa conferência ouvi um pastor repreender em nome de Jesus “a cultura africana de nosso meio”. Coisa triste. Não me admira que na Bahia cresça tanto o número de negros que buscam sua legitimação étnica no Candomblé. Formas culturais, danças, músicas ritmos, não são pecadoras ou santas em sua essência. São formas, vasilhas, caixas na qual se depositam as bençãos de Deus, ou maldições... Na mesma conferência me deram vinte minutos para dizer algo, e num acesso de loucura pintei a cara de índia e disse que ainda veria o mesmo povo louvando ao som de centenas de tambores baianos numa timbalada poderosa e santa. Queixos se deslocaram do lugar, cabelos se arrepiaram de horror, mas inúmeras pessoas se sentiram “misteriosamente” livres para amarem quem são suas músicas, suas danças, curtirem MPB e dançarem danças africanas em homenagem ao Deus que criou todos os povos.
Baby do Brasil a cantora, há um tempo atrás, numa conferência me disse que viu o Espírito de Deus de maneira maravilhosa ungir a música “Brasileirinho” e centenas de pastores dançarem ao som do chorinho símbolo do Brasil... É o fim dos tempos? Será que estes pastores se “secularizaram” de maneira perigosa? Ou será que a revelação de que Deus nos ama a nós brasileiros como somos em todas as nossas manifestações culturais está chegando ao Brasil?
Fico com a última opção. Deus é amor, não é fariseu, exclusivista, preconceituoso, racista. E além de tudo, só nós ainda não sabemos, Deus é brasileiro.
Braulia Ribeiro, missionária da JOCUM.
Postado por Eliézer às 6:00 AM - Via Pavablog
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Direto ao Ponto
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Um dia você acorda
Um dia você acorda e percebe que a luz está diferente, que os sons da vizinhança não lhe dizem mais respeito, que o som do seu coração está cansado das mesmas batidas na terra, seu coração está pedindo é para voar. Percebe que antigos sonhos estão voltando, mas não têm lugar naquele pouco espaço que lhes foi destinado, como uma revoada de passarinhos a fazer um barulho incrível no seu peito, batendo asas e soltando penas.
Você acorda e se dá conta do que não fez, de onde não chegou, dos arranjos e das coisas e gentes que usou para seu gozo, e no entanto, não conseguiu ser íntegro consigo mesmo.
Um dia acorda e percebe: decepcionado, quis crer em tantas crenças e doutrinas, se esforçou para agradar a gregos e troianos, disse "sim" quando queria dizer "não", e deixou de falar "não" tantas vezes que já não sabia mais qual era o seu querer, quais eram os seus sabores preferidos e a direção que escolheu caminhar.
Da mesma forma, acorda e percebe que estava com saudade da sua música, seus livros, seus segredos e seu ócio. Acorda e olha para o teto, vê possibilidades acima do teto; sorri, simpatizando-se com a aranha tecendo teimosa a despeito das estocadas diárias da vassoura. Sem se render, ela recomeça toda noite, e agora você se dá conta que existe a coragem de recomeçar.
Um dia você acorda e lembra que riu, comeu e sentou a mesa com gente que de fato nunca se importou, e você oferecendo seu melhor sorriso em troca de aceitação. Que bobagem. Lembra que não protestou diante de absurdos, recolhendo-se à boa educação de sempre. Lembra que deu o relógio para a pessoa errada, e deixou de abraçar por puro preconceito, e que não tentou mais uma vez.
Um dia você acorda cansado de dizer que está cansado de viver, e decide que vai correr o risco de recapitular suas teologias e filosofias.
Um dia. Um dia você acorda.
HBP - janeiro de 2000
Postado por Timilique! às 8:00 AM
sexta-feira, 17 de julho de 2009
A Marca do Cristão
- Francis August Schaeffer (1912-1984)
Despedidas e anseios
Não consigo carregar o peso do mundo. Desisto de pretender conquistar hegemonia. Se instituições convivem com rinhas internas, não vou pacificar cizânias tolas. Reconheço que jamais consertarei comunidades carcomidas de politicagem.
Assusto-me com a fúria dos severos defensores do dogmatismo. Eu nunca saberei solucionar paradoxos que se arrastam há séculos. Evito responder aos enigmas das Esfinges modernas, todas prontas para devorar o fígado de incautos.
Não tenho coragem de jogar xadrez com gente que não confio a carteira. Sou avesso aos carreiristas eclesiásticos. Desconsidero os incompetentes que sobrevivem de futrica. Não sou motorista de calhambeques religiosos.
Recuso-me a andar na bitola que o fundamentalismo chancelou e recomendou. Aliás, a única chancelaria que admito é minha consciência, aliada ao testemunho das Escrituras, que eu investigo livremente.
Não aceito que tradição, escola ou cânone, limitem a minha capacidade de arrazoar. Rechaço a obediência servil. Odeio a timidez intelectual. Não gosto dos bons modos de um pio patriarcado, que acabou transformando a Casa de Deus em feira-livre.
Quero aprender a viver. Busco leveza. Anseio ser amigo de gente espirituosa que sabe desafogar a vida.
Há pouco, por condescendência, alguém afirmou que não sou teólogo, apenas poeta. Apesar de não me considerar digno de tamanha distinção, sorri de felicidade. Que honra! Poetas não acenderam fogueira na Inquisição. Mas um teólogo mandou matar o médico Miguel de Serveto.
Quero aprender a amar. Apreciar, sem extravagância, as mínimas coisas: o tirocínio do garoto; o desabrochar da paixão na menina em flor; a conversa de velhos amigos. E no final do dia, rever as horas e notar que o saldo foi uma tremenda paixão por simplesmente existir.
Quero aprender a adorar. Transformar genuflexão em serviço; descer do alto de meus privilégios para estender a mão ao mortiço que jaz na estrada próxima de Jericó. Desistir de suplicar qualquer graça que me distinga do resto da humanidade - longevidade, vingança, cura ou riqueza. Desejo ser brindado com a bênção de encarnar Deus entre homens e mulheres. E assim poder dizer que não vivi em vão.
Soli Deo Gloria
Ricardo Gondim
terça-feira, 14 de julho de 2009
quarta-feira, 17 de junho de 2009
A SUA CURA, O OUTRO....
Você vê gente sofrendo de tudo, e vivendo como se tudo fosse normal. Você, por outro lado, vê gente sofrendo de nada como se sofresse de tudo...
Na realidade, cada vez mais, minha experiência vai mostrando que não há escolas psicológicas capazes de atender a cada alma humana.
De fato, cada alma demanda uma psicologia pessoal e particular...
Não dá pra dizer que Freud explica quase nada...
Freud explica a si mesmo..., e olhe lá...
Sua Psicanálise é auto-analise, por mais “cientifico” que ele pretendesse ser, posto que por mais isento que fosse, a “ciência” que ele praticava só poderia ser verificada a partir dele mesmo, não apenas de sua interpretação, mas de sua própria/particular/existencial experiência psicológica.
Há pessoas que me procuram com crises de contornos “freudianos”. Para tais pessoas Freud parece funcionar bem... Outras, porém, nada têm a ver com o que o Freud pressupôs houvesse em todo homem, sem que haja...
Nesses casos, tateio até ver a “porta de entrada” da pessoa, e, frequentemente, verifico que tal “entrada” não existe nas matrizes das linhas psicológicas clássicas ou pedagógicas, e, portanto, demanda uma psicologia singular, tecida entre você e a pessoa, até que o sistema esteja mais ou menos visível e, portanto, discernível.
Em outras palavras: tem que ser como Jesus praticava...
A “psicologia” de Jesus era simples e se servia das metáforas que as pessoas traziam ou compreendiam. Tudo, porém, tinha ver com “aquela” pessoa, e não com uma matriz psicológica universal.
Assim, com Jesus não há padrões... O padrão é o individuo...
Desse modo, cada pessoa demanda uma psicologia singular, por mais que os modelos psicológicos possam ajudar aqui e ali. No entanto, depender exclusivamente deles é pura tolice...
O modelo de Paulo, a confrontação, é o que vejo que melhor ajuda as pessoas, pois, de fato, trata-se de um método não metódico, é que busca discernir a essência da questão, e trata dela cara a cara, sem medo de afirmar, de indagar, de sugerir, de provocar, de perturbar mesmo... — até que a verdade vá aparecendo, e, assim, a pessoa vá se enxergando e tomando as decisões práticas quanto a debelar o vício do sintoma como mal a ser tratado como causa... sem que o seja.
Os pudores psicológicos atrasam em demasia a cura das pessoas...
Vejo pessoas oito, dez, doze anos em um terapeuta, ruminando os mesmos bagaços, pagando caro para serem ouvidos sem que isto deslinde qualquer coisa em seus interiores, até que chegue o dia da verdade...
Então, sem pudor, atendo a tais pessoas; algumas já sabem tudo de tudo, até mais que a maioria dos psicólogos, de tão profissionais como clientes que vieram a se tornar...
A surpresa para elas é que o que durara anos, por vezes em uma, duas, três semanas, ou em poucos meses, cede...; e, então, começa a abrir o espaço interior para que, pela via da confrontação, a pessoa comece a parar de chocar seus quase/dramas; e, assim, sem pena de si mesmo, sem transferências de nada para ninguém, sem auto-piedade ou auto-comiseração, o individuo comece a reagir; e, em não muito tempo, comece a ficar perplexo com os resultados...; sem saber a razão de não ter que ser um processo necessariamente tão longo e demorado no atingimento dos desejados resultados...
Na realidade o que a maioria das pessoas necessita é do encaramento na e da verdade!
Noto o despreparo brutal da maioria dos chamados profissionais de Psicologia. Alguns nada dizem apenas porque não têm mesmo o que dizer... Outros gostam da lentidão... Ela é lucrativa... Há ainda os que são tão doentes que fazem psicologia para se distraírem de si mesmos ouvindo os outros... Mas poucos há com consciência do que seja a ajuda que as pessoas precisam...
Ora... isto sem falar naqueles que são pagos apenas para consentirem com o devaneio do individuo...
São os Psicólogos do “vamos que vamos”...
Sim, você o paga apenas para que ele diga que você tem razão em soltar todas as frangas e todos os bichos do seu zoológico particular...
No meio disso tudo, há alguns profissionais da psicologia que são de fato muito bons, embora poucos.
O que me ressinto mesmo é do fato que se houvesse entendimento do Evangelho, e amor e limpidez de propósitos, todo verdadeiro pastor de almas naturalmente seria um psicólogo.
Mas quase não há tal coisa... A maioria dos pastores está tão perdida que nem mesmo dá conta de sua própria alma, quanto mais da dos outros!...
A receita de cura de Isaías é simples [cap.58]: liberte os oprimidos, quebre cadeias nos outros, franqueia a vida ao próximo, não fuja dele; e mais que isto: abra a sua própria alma com o aflito [deslocando o foco do “si-mesmo” para o outro] — pois, então, se diz: A tua cura brotará sem detença!...
A melhor terapia desta vida sempre será o serviço em amor!
Quem se esquece de si e arranja olhos para a vida, em geral ficará curado enquanto limpa feridas e cuida de angustias alheias...
Aquele, porém, que apenas cuida de si mesmo, de suas supostas dores, e concentra-se exclusivamente em sua angustia como elemento pivotal da existência universal, esse pode contratar o melhor psicólogo para que lhe ande a tira-colo, pois, ainda assim, jamais ficará curado...
Ninguém sabe em que espírito o Samaritano vinha sem seu caminho... Entretanto, pouco importa se ele vinha cantando, alegre, feliz e grato, ou se vinha sofrendo, angustiado e infeliz... Sim, o que importa é que ele olhou para o outro, o outro pior do que ele, o outro sem autodeterminação, caído no caminho... E mais: fez isso sem que importasse quem ele ou o outro fossem um para o outro...
Sem que fosse significativo como o Samaritano estivesse se sentindo, o que valeu foi o ato, foi o feito, foi a parada e o levantar do homem...
Sim, o importante não era a subjetividade, mas a objetividade da decisão...
Digo isto hoje porque vejo que muitos dos que me escrevem jamais ficarão curados enquanto não se esquecerem de si mesmos, e, enquanto não transformarem sua auto-vitimização em ação pró-ativa em favor da vida...
Pense nisto; e pare de lamber adoecidamente as suas próprias feridas...
Nele, que nos cura pela verdade e pela prática do amor voltado para aquele que vemos..., e que carece de graça e cuidado,
Caio
28 de maio de 2009
Lago Norte
Brasília
DF
www.caiofabio.com
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Teologia líquida
O tempo parece escorrer pelas mãos. E a teologia e a história da igreja não escapam dessa corrosão contemporânea de uma sociedade líquida. Entenda-se sociedade líquida como algo que se transforma velozmente e que não permite a estabilização de modelos ou tradições. Estamos vivendo um mundo que ultrapassou o conceito de pós-moderno e é algo indefinido e fluido.
“Vivemos o tempo do conecta e desconecta”, como disse Bauman -- professor emérito das universidades de Leeds e de Varsóvia, 83 anos, autor de best-sellers como "O mal-estar da pós-modernidade", "Modernidade líquida" e "Amor líquido", o sociólogo polonês Zigmunt Bauman é um ferrenho analista das consequências sociais do que conhecemos como progresso. (ver).
“Vivemos um tempo em que estamos constantemente correndo atrás. O que ninguém sabe é correndo atrás de quê.” (Bauman). Fragmentação, descarte, não há tempo para refletir, meditar, estudar, orar, adorar, tudo é tão rápido e sem profundidade! Não há sólidas crenças em verdades absolutas! Como ser conservador, tradicional ou ortodoxo se a teologia flui, amolda-se aos estilos? Alguém no passado já nos ofereceu uma resposta: “Se mil crenças antigas fossem aniquiladas em nossa marcha em direção à verdade, ainda assim deveríamos continuar marchando”. (Stopford A. Brooke).
Tudo o que está nas Escrituras e na História da Igreja foi escrito para nos ensinar, a fim de que tenhamos esperança e não venhamos a repetir determinados erros.
Romanos 15:4 "Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança."
Provérbios 22:28 "Não removas os marcos antigos que puseram teus pais."
Jeremias 6:16 "Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos."
Uma Igreja forte não será erguida sem um bom conhecimento da história do cristianismo, pois conhecemos a Igreja através da Bíblia e da história da igreja. Graças a Deus pelos “arquivos e pastas” que Ele preservou para a igreja. A história das doutrinas cristãs, seu desenvolvimento, seus erros e acertos! Imaginem uma igreja sem memória dos marcos antigos! Esforcemos-nos para preservar e entregar a doutrina que os apóstolos receberam! Alguém já disse: “Aquele que propaga uma grande verdade no mundo serve à sua geração”. Sirvamos a nossa geração e também as futuras! O que deixaremos e entregaremos para os nossos filhos?
1 Coríntios 15:3 "Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras."
1 Coríntios 11:2 "De fato, eu vos louvo porque, em tudo, vos lembrais de mim e retendes as tradições assim como vo-las entreguei."
Autor: Raniere Maciel Menezes
Fonte: [ Frases Protestantes ]
Via - Bereianos
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Evangelho medíocre, podre ou vivo?
A coisa não tá tão feia assim galera, ponho no 21 e assisto a milhares de testemunhos, curas, libertações, prosperidade, só alegria.
Passo pra rede gospel e me impressiono com o volume de vitórias, é só vitória....
Pulo para univertv e tem um paistor de santo dando receitas de como chegar lá, um monte de gente falando que era falido agora é ricão, era solteiro agora casou, era mendigo agora pilota avião, tem mansão, rolex no braço, etc...
Então a coisa ta boa demais sô!
É muito poder sendo liberado pelos homens da fé!
Nenhuma maldição tem no arraiá daqueles que ficam embaixo da cobertura paistopóstólica, é um bando de gente que não conhece doença nem dente quebradiiu porque se cai nasce um de ouro.
Fico eu cá com meus botões, conheço tanto pregador pobre, desempregado, doente, problemático, chutado pelo ministério, porém tão coerente e respeitado quando abre a boca para falar das Boas Novas, será que estes homens são um bando de endemoniados ou fracos na fé?
Até quando vamos achar que ser servo de Deus é sinônimo de viver esta vida feliz, alegre, ter saúde, família, ser belo, etc...?
É lógico que queremos isto, todos querem, felicidade, família, amor, saúde, emprego, dinheiro, etc...
Mais até quando isto vai influenciar a verdade da mensagem de Cristo em nossas vidas ?
Até quando aceitaremos somente um evangelho mediocre que só serve para preencher o nosso ego e satisfazer nossas necessidades?
E olha que este evangelho é fácil de identificar, primeiro diminui o sacrifício de Cristo, depois coloca a graça como algo conquistável por méritos próprios.
Por mais abençoados que julgamos ser, na verdade mais distantes do principal objetivo que é a salvação e a vida eterna estaremos.
E a cada dia milhares se rendem a este evangelho podre, que coloca o homem com autoridade para liberar bênçãos e curas, promete vida abundante já, prosperidade e vitórias sem fim.
Nós é que não vamos ficar em cima do muro, estes sinais de Deus não tem nada, Ele jamais agiu desta forma ou nos ordenou a fazer as coisas assim.
Acontece que fazem o que bem entendem e acredito que na maioria das vezes não é por ignorância Bíblica, o negócio é intencional, sabem que estão enganando o povo e indo para o inferno!
Cremos na Bíblia então cremos no impossível, no evangelho vivo, simples, onde tudo é por Cristo e para Cristo, onde através Dele de sua Graça e misericórdia conquistamos a vida eterna e paz, mesmo diante de problemas, enfermidades e provações que são inevitáveis a todos sem exceção.
Se formos abençoados com saúde, emprego, casa, família, etc... amem!
Se não, amem também! bola pra frente, vamos caminhar louvar e entregar a cada dia nossas vidas nas mãos Daquele que tudo conhece, que sonda todos os propósitos e pensamentos.
Simples assim, vê se não complica pô!
Marcelo eee Eunice Fonte: [ Caminhando na Graça, de graça! ] - Via Bereianos
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Paradoxo do Tempo - George Carlin
terça-feira, 26 de maio de 2009
Em quem crer depois de Auschwitz?
"Em quem se deve crer depois de Auschwitz, senão em Deus?” Jürgen Moltmann
No final de 2008, o famoso teólogo e autor Jürgen Moltmann visitou o Brasil. Ele é considerado o pai da Teologia da Esperança, influenciando protestantes e católicos há mais de quatro décadas. Por ter sobrevivido aos campos de concentração da 2ª Guerra Mundial, sua citação está totalmente contextualizada, não sendo uma expressão meramente retórica.
Um paralelo desse argumento me foi apresentado por Ariovaldo Ramos.
"Quando alguém me pergunta: como pode existir um Deus, se o mundo tem maldade? Eu respondo: exatamente porque essa maldade não toma conta de tudo, é que creio que Deus existe.”
Não é que um exista para justificar o outro, mas a presença do mal, a começar no coração do homem, é uma evidência clara e patente de nossa perdição. E mesmo para os céticos e ateus, é impossível negar sua existência.
***
"Se tivesse uma só, pequena e minúscula luz, nesta imensa escuridão, que me desse um sinal de que há uma resposta, um sentido, um grão de esperança – colocado no coração do homem ... eu acreditaria em Deus.”
O aperto no coração do filósofo o angustiava. Diante das certezas de tudo incerto e caótico, já não sabia ao certo a razão de viver. Seu muito estudar só havia lhe dado mais desesperança e descrença.
Eis que uma singela história lhe vem como que resposta de uma oração sincera, porém não intencionada.
O relato de Le Chambom-sur-Lignon o pegou desacautelado. Era uma notícia comemorando os 30 anos da vitória aliada sobre o Nazismo. E lá estava num pequeno Box, ocupando parte da página da direita a foto do vilarejo e o resumo de uma incrível e surpreendente saga de bondade perpetuada por homens e mulheres comuns, porém de um heroísmo ímpar.
Essa comunidade no centro sul da França, predominantemente de linhagem dos huguenotes, tomou forma em 1787, quando o Édito de Tolerância assinado por Luís XVI, devolvia aos cidadãos franceses protestantes (no caso, os huguenotes) os direitos civis plenos. Acostumados a ouvir as histórias de perseguição em razão de sua fé, cada geração absorvia o drama como que encarnando o sentido do amor e da bondade. Entendiam esses franceses diferentes, qual o valor da solidariedade e o peso da cumplicidade em prol dos mais fracos.
Após a invasão nazista, e iniciando-se a perseguição e prisão de judeus, também em território francês, esse vilarejo veio se transformar em palco de uma das mais extraordinárias histórias de resgate e bondade humana.
Cerca de cinco mil crianças e jovens judeus foram acomodados e escondidos em casas e fazendas ao longo desse território abençoado. A polícia de colaboração e a força SS Nazista frustravam-se em tentativas de flagrar e aprisionar tanto os da população local como os judeus acolhidos. Com um bem azeitado sistema de alarme, as crianças eram escondidas na mata, e só retornavam a seus abrigos quando os locais, livres da batida militar, passavam a entoar hinos de vitória e louvor. Dentre os mártires de Le Chambom estava Daniel Trocmé, que foi preso e morto. Essa grande odisséia durou quase 3 anos, de 1942 a fins de 44, quando finalmente essa parte da França foi libertada pelas tropas aliadas.
Impactado pelo relato, e sedento por entender os motivos e a consistência da coragem desses heróis, o filósofo se pôs em leituras e pesquisas, a perseguir o fio da meada, até chegar ao extremo do novelo. Amarrado em um poste de madeira, ele ergue seus olhos e se vê joelhado diante da Cruz!
Volney Faustini – Autor, blogueiro e consultor de empresas com foco em Inovação e Tecnologia. Foi o editor da Revista Kerigma, tendo atuado em diferentes ministérios de alcance nacional. Atualmente, congrega na Igreja Batista da Água Branca.
terça-feira, 19 de maio de 2009
RECEBA ESTE SOCO NO MEIO DA CARA COM TODO AMOR!
As pessoas mais significativas deste mundo em geral são as que menos teriam razões para justificar seus feitos, atitudes, realizações e conquistas.
Muitas vezes são órfãos, seres rejeitados, abusados, limitados, doentes, em dor constante...; sem meios, não entendidos, designados para funções menores pela condição que tenham; seja física, mental, psicológica, social, econômica, racial, religiosa, política, étnica, etc.
Enquanto isto a maioria, com tudo em cima, se queixa de tudo; e não tendo do que resmungar na sua própria existência, xingam a vida em razão dos outros, dos que sofrem...
Há ainda os que falam palavrões contra a existência porque não tendo do que queixar-se, queixam-se de que a vida seja muito chata...
O fato que uma boa cura para esse monte de chorões sem causa, para essa miríade de deprimidos em busca de uma razão para a depressão, e dessa legião de murmuradores crônicos, ou até dos “Emo” que se reúnem para chorar... — é dar a eles umas férias no Vale do Jequitinhonha ou até em um campo de refugiados na África, quando, milagrosamente, ficariam curados de toda depressão e surtos de xingamentos existenciais na hora...
A maioria está prostrada por pura frescura!
Só mesmo fazendo a vida ficar definitivamente ruim para ver se tais pessoas realizam o fato de que a ingratidão delas pára as suas vidas; e que faz com que assisti-las seja insuportável.
Dor, queda, tropeço, dificuldade, limitações, inferioridades, impotências, acidentes, calamidades, tristezas, perdas, e tudo o mais, todo mundo tem.
O vídeo que mostro abaixo é um soco no meio do nariz aquilino dos raivosos contra a vida apenas porque têm tudo...
Não admitem que eles é que são umas drogas de gente sem vontade de viver e de servir.
No fim cumpre-se o velho adágio que dizia:
Quem não vive para servir não serve para viver!
Veja e se enxergue!
Um grande beijo!
Ah, pare de resmungar e faça algo útil de sua existência!
Nele, que dá força aos que Nele esperam,
Caio
18 de maio de 2009
Lago Norte
Brasília
DF
segunda-feira, 18 de maio de 2009
É tempo de festa na Igreja?
"No final das contas, sobre o que é que pregamos e ensinamos e produzimos programas de TV e fitas de vídeo uns para os outros em nossos dias? A resposta geral à minha pergunta parece ser: sucesso e euforia ; obter de Deus saúde, prosperidade, ausência de preocupação e constantes sensações alegres.
"O que mais me dói quando leio obras de homens e mulheres realmente usados por Deus é que parecem serem ditas ao vento. Estou lendo René Padilha (Missão Integral) - e seu texto de 75, refletindo um problema atual (em seus dias), infelizmente continua ainda mais atual hoje. O mesmo se dá com Moltmann (64 - teologia da Esperança), com Tozer (qualquer coisa, década de 60), e por aí vai.Packer, assim como outros é atualíssimo, pois há uma enxurrada de "palavra" sendo pregada, uma verborragia, nas palavras de Padilha, com resultados pífios. Mas em nome do pragmatismo, e do proselitismo descarado (com frases do tipo: "aqui Deus cura..." - está na hora de curar teu orgulho, caro "apóstolo"), em nome de templos cheios (de dizimistas, e números - "sucesso ministerial" - vaidade das vaidades), em nome do interesse espúrio e falso, vemos uma pregação vazia de prática e autenticidade; e tão verdadeira quanto uma nota de R$2,50.
Uns podem dizer que estou errado. Não vou discorrer muito sobre a questão, mas apenas 3 pontos:
1- Se o "evangelho" está crescendo, e o número de convertidos aumentando, por que o nível de analfabetismo, não diminui? Por que o número de crimes não diminui? Por que o número de políticos cristãos com testemunho de moral elevada não aumenta? Por que não se gasta menos em programas de televisão, som de igrejas e ar-condicionado de templos, e se investe mais em ação social? Quem separou o evangelho da ação social? Cristo, muito mais que anunciando o evangelho, mostrou-se sempre solidário com os necessitados;
2- Se o número de evangélicos está crescendo, e estes não são só nominais, o famoso crente de carteirinha, mas sim de praticantes dignos do adjetivo: cristão, por que mais e mais o testemunho cristão coletivo sofre por causa de iniciativas nada ortodoxas (para não dizer: vulgar, hipócrita, ladra e lasciva), de membros, pastores e de pessoas que não se contentam com o título pastor e se auto-intitulam algo a mais? Quem separou o cristianismo do testemunho pessoal e do bom testemunho dos de fora? Quem separou o evangelho da moral e da ética? Cristo incomodou muitos, mas não se achou dolo algum em Seus atos e palavras;
3- Se o número de templos evangélicos está crescendo, e estes querem impactar realmente a sociedade, por que não há mais ações de e em comunidade? Quem fez a separação litigiosa entre a igreja e o mundo? Orou Jesus: "Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou." João 17.15-16.
Não pertencemos ao mundo, mas estamos no mundo, e é ao mundo que deveremos levar a mensagem do evangelho. Mensagem completa: Senhorio de Cristo, arrependimento, salvação, santificação e obras (não como fim de salvar, mas como o fim do que é salvo). Por que a igreja não pode limpar um parque ao invés de ajudar a sujar as ruas com folhetos? Por que a igreja não pode levar canções e amor a um asilo ou orfanato, ao invés de ser multado pelo alto volume do som de seus templos? Por que não vemos mais ações de visitar os doentes, os enfermos, os presos, os pecadores onde eles estão (ruas, prostíbulos, bocas, danceterias, etc)?
Somos sal de saleiro, sem uso, envelhecendo? Somos luz guardada para uma emergência maior? Não basta a catástrofe em que vive a humanidade caída?
Não sou especial, em quase tudo descrito acima, participo errando também (senão em tudo). Não há uma denominação errada, há uma geração errada, perdendo o kairós (o tempo certo) de se manifestar o kerygma (anúncio de Cristo), a diakonia (serviço), a martúria (testemunho), e se esquecendo que há uma parousia (segunda vinda de Cristo), onde prestaremos conta de nossos atos, independentes de sermos salvos ou não. Eu quero mudar! Eu quero fazer mais para que Cristo seja glorificado. Eu quero berrar ainda mais para que o evangelho não seja envergonhado!
E você?
Ave Crux, Unica Spes!Alberto M de Oliveira, no Ecclesia reformanda.
Postado por Pavarini às 6:41 PM
Marcha soldado, cabeça de papel
Juro que fiquei procurando o altar pq queria tocar... queria ver Jesus tb nessa marcha ai, queria poder sentir através das músicas esse Jesus, nas orações, ou melhor nos textos de oratória que o cara que ta la no trio elétrico fala de uma forma bem gritada... queria ver esse Jesus que eles tanto falaram e profetizaram atuar na cidade de Curitiba, salvar a cidade, queria ver esse Jesus atuar na vida dos governantes que ficam ali nos prédios vazios do governo pra onde muita gente estendeu as suas mãos profetizando e intercedendo.... não quero julgar, mas acho que nem eu e nem algumas daquelas pessoas sabiam o que tavam fazendo ali; acompanhando a romaria atrás de um trio elétrico meio parecido com o carnaval da Bahia e tem muito agito, muita gritaria, pulação...
Fiquei pensando, e no meu, no seu, no nosso dia-a-dia, marchamos COM JESUS??? Não sei se ele estivesse ali, se Ele faria tanto alarde, se atrapalharia o trânsito, se iria se empolgar com a multidão e pular dizendo: POR TODO O LADO SOU ABENÇOADO... ELE VEM VESTIDO DE BRANCO, COM OLHOS DE FOGO E COMO ESPERO COM ANSIEDADE PELA SUA VOLTA. Será?
Eu acho que ele faria mais, daria um abraço no sujinho que fica passando no meio da multidão atrapalhando a passagem da geração eleita! Cantaria louvores verdadeiros ao Senhor Deus, O exaltando, dizendo como Ele é maravilhoso e acho que não pediria coisas como EU QUERO DE VOLTA O QUE É MEU? Aliás, o que é seu o que? E acho tb que ele ensinaria a palavra, como devemos agir nas ruas da cidade, como devemos agir como pessoas...
Marcha pra Jesus é um movimento legal... acho que só falta a peça principal....
trecho de e-mail enviado a Pavarini por uma leitora que participou ontem da Marcha para Jesus em Curitiba.
terça-feira, 12 de maio de 2009
POR QUE PREGAR O EVANGELHO?...
O mandamento para pregar ao mundo é parte da Graça divina de fazer dos homens Seus cooperadores no semear o bem na Terra, mas não é porque sem o homem e sua boa disposição Deus não tenha como se comunicar com quem Ele bem deseje.
Pregar não é um mandamento para anjos, mas para homens. No entanto, quando os homens não pregam, os anjos pregam.
Sim, se os homens não pregam o Evangelho, tudo o mais prega... A Natureza prega, os rios pregam, as árvores pregam, os jumentos pregam, as mulas pregam, as pedras pregam...
“Por toda a terra se faz ouvir a Sua voz”.
Sim, nesta manhã de 10 de maio de 2009 Deus está falando...
Está falando nas montanhas distantes do Tibet. Está falando nas ilhas perdidas do Pacifico. Está falando nas tribos silenciosas da África. Está falando com índios puros... Está falando com prostitutas que se deram como pão ao diabo a noite toda... Está falando até com crentes...
Sim, Ele fala por toda a terra...
Fala por sonhos, pela consciência, pela memória de um tempo bom, pela recordação de bons conselhos, pela cogitação do bem gerado pelo Espírito Santo, pela sabedoria silenciosa que Ele derrama sobre todos, pelo olhar simples de um filho, pela lágrima da mãe, pelo esforço amoroso de um pai, pela solidariedade de um samaritano anônimo, pela estrela que diz algo ao mago distante, pelo cicio suave que fala à viúva que ela não está só...; ou, como quase sempre, Ele fala no silencio, no intimo, como segredos de um Pai que a pessoa nem sabe que tem.
Ah, como são presunçosos e arrogantes os que pensam que se não forem Deus não terá como ir!...
Deus é! Deus está!...
Eu é que tenho o privilégio de me engajar na aventura de Deus de contar aos homens sobre o Seu amor!
Sim, pois, quando assim faço, o maior beneficiado sempre sou eu, antes mesmo de ser aquele que me dê ouvidos.
E mais:
Para mim pregar não é uma obrigação. Não! Jamais! Pregar é minha alegria, é minha impossibilidade, é minha paixão, é meu vício santificado, é minha vida, é meu sentido, é minha razão de ser.
Não pregar para mim seria como amar minha mulher sem fazer amor com ela; seria como crer que amo e nunca confessar; seria como ser apaixonado e me esconder do amor; seria como saber da vida e não contar nada a ninguém; seria como ver e a ninguém esclarecer sobre o caminho...
Há muitas motivações para pregar...
Muitos pregam para ficar famosos, para terem uma posição fácil, para arrecadarem sem esforço, para suscitarem inveja em outros, ou mesmo por mera disputa de poder e crescimento...
Outros pregam por se considerarem incompetentes para fazerem qualquer outra coisa... Então, por exclusão, sentem-se chamado pela incompetência para o “ministério da Palavra”.
Entretanto, quando alguém prega apenas por amor, esse logo notará que quanto mais pregue, mais a pregação forjará caráter nele mesmo. Ou seja: pregar com amor trás a Palavra para dentro da gente, na forma de caráter e de conteúdo natural do ser.
Portanto, pregue para o bem de todos, mas, sobretudo, para o seu próprio bem.
Entretanto, saiba:
Se você não for, as pedras rolarão..., e dirão a todos os que necessitem aquilo que os homens pedrados se negam a falar com amor.
Ó Espírito Santo! Derrama o amor de Deus sobre os homens no dia de Hoje!
Nele, que fala de Si mesmo a todos os homens,
Caio
10 de maio de 2009
Lago Norte
Brasília
DF
Cristo salva
Salvação chegará à casa do religioso que se dispor a calçar as sandálias do pobre. Os palavrórios idealizados se esvaziariam caso os sacerdotes fossem obrigados a esperar por atendimento, sentados nos bancos duros dos ambulatórios médicos públicos.
Será que os evangelistas engravatados imaginam o drama de uma mãe solteira, negra e sub-empregada? A dor de não achar uma creche para deixar o filho e poder trabalhar? Qual deles estaria disposto a viver, só por um mês, a sorte de milhões de pais que enterraram o filho em uma cova rasa? Quantos já viram a familia dormir com fome? Será que imaginam o beco sem saída da exclusão social?
Tratam a sorte de tantos levianamente. Dá para suspeitar que embarcaram no carreirismo religioso só para escapar da marginalização econômica.
Cristo salva o pastor que for sensível com os que se angustiam nas seções de hemodiálise; junto com famílias que aguardam transplante de pulmão; nas clínicas de fisioterapia, onde mutilados e paraplégicos re-aprendem a andar; nas Unidades de Tratamento Intensivo dos hospitais infantis, onde crianças cancerosas precisam ser amarradas para receber quimioterapia.
Os que vivem da grandiloquência do discurso dogmático podem ser resgatados caso aprendam a solidarizar-se com refugiados de guerra ou de desastres; se souberem valorizar o esforço dos Médicos sem Fronteira, que cuidam dos miseráveis em Darfur.
Enquanto os sacerdotes tagalerarem doutrinas que, no máximo, produzem prosélitos, condenam a si e os seus seguidores a um inferno duplamente aquecido.
Jesus pode libertar os televangelistas, mas é necessário que eles tenham escrupulos de não expoliar os moto-boys que arriscam a vida para ganhar um salário minguado; as empregadas domésticas que se submetem aos caprichos da madame da classe média; os carvoeiros que vivem na boca de fornalha para fazerem o carvão do churrasco do restaurante de luxo; as enfermeiras que enfrentam plantões insones.
Se continuarem a propagandear superstições ilusórias, não passam de cegos guiando outros cegos rumo ao abismo. Deles é o Reino do Mofino.
Entretanto, Deus não tem prazer na perdição dos sacerdotes. O Senhor insiste: “Eis que estou à porta e bato”; “O juízo começa pela casa do Senhor”.
Ofereço meu conselho para quem se diz ungido: arrependa-se e volte para Deus, que é rico em misericórdia. Você precisa ser salvo.
Soli Deo Gloria
Ricardo Gondim
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Hino nacional do internauta
quinta-feira, 7 de maio de 2009
A igreja que sonho
Para que outros possam viver, vale a pena morrer
Preciosa é à vista do SENHOR a morte dos seus santos.
Ouça, reflita e comente!
Postado por Andre Pilet , às 21:56
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Quanto te cobram pela felicidade?
O que incomoda nos medidores de temperamento é a convenção de que o mal não está no sorrir, mas no chorar. Fabricam remédios, aos montes, para que a permanência no estado sombrio, ao qual chamaram depressão, seja o mais breve possível.
José Saramago disse numa ocasião “Não sou pessimista, o mundo é que é péssimo!…”. Qualquer um, com o mínimo de bom senso, ouvindo a frase concorda que é mais pura verdade.
Concluindo que as coisas caminham velozmente para o fim , não há porque manter grandes expectativas no futuro. Se, na lista de acontecimentos diários, os motivos para a tristeza são maiores que as razões festeiras, convenhamos que a verdadeira síndrome é a da felicidade, pois evidencia alienação da realidade do mundo que nos contém.
Se comemora a compra do carro 0 Km, seria necessário manter luto pelos males indiretos da aquisição que, acreditem, são mais numerosos: mão de obra barata envolvida na fabricação do veículo, poluição, impostos, aquecimento global, trânsito…
Vê-se num único exemplo que os motivos de festa são insignificantes em vista do sofrer cotidiano.
Agora me pergunto: para que a duração do alienado sorrir fosse a mais breve possível, não seria necessário um remédio anti- felicidade?
Entretanto, como bom cristão, peço-lhe que não desista do sorriso, mas daquele autêntico e bem motivado. Falo daquele sorrir que não custa seu dinheiro, que pode ser obtido sem qualquer dívida ou responsabilidade. Aquele de um beijo, de um abraço. São raras essas risadas? Talvez sim, mas verdadeiras.
by Thiago Bomfim
terça-feira, 5 de maio de 2009
De Pai para Filha(s)
E concedido o poder de pará-lo por um só momento.
Abriria mão de tal fascinante arte
Para não roubar de sua vida a melhor parte.
Receitinha despretensiosa
Se quiser viver, não tema. Arrique-se. Decidir é vulnerar-se; querer, expor-se; desejar, atirar-se à mercê do outro. Ferida de decepção dói menos que desterro de inação. Todos os amantes carregam cicatrizes. Seus estigmas, mesmo antigos, são visíveis. Atreva-se a caminhar sem blindagem. Arranque o elmo. Jogue fora o escudo. Não se enclausure. Não evite o olhar de quem lhe pede afeto. Seja terno com quem lhe espezinha.
Se quiser viver, não anseie. Sossegue. O possível, nem sempre o melhor, é matéria prima do contentamento. A alma implora por descanso. Reconheça os avisos do corpo quando avisa que as descargas hormonais desequilibram o metabolismo. Dê um passo de cada vez. Espere pelo amanhã. Desista do controle dos circuitos, solte o cabo da nau. Não corra na frente da aragem que antecipa a madrugada. Basta a cada oportunidade o seu próprio mal. Tranquilize-se.
Se quiser viver, não fuja. Enfrente-se. As nódoas da alma podem transformar-se em câncro; as culpas, em fardos; as inadequações, em aleijões existenciais. Transgressão pode deixar de ser um pecado mortal. Aprenda com os seus tropeços. Cresça com as mazelas. Reconceitue humildade como coragem de admitir limites, fragilidades, incapacidades.
Se quiser viver, não escarneça. Ouça. Tradição é a história que os antepassados selecionaram para que amadureçamos. Os enganos de outrora não precisam ser repetidos. Não quebre a cabeça com teoremas já demonstrados. Poupe o coração de injunções aparentemente inéditas que os compêndios trataram exaustivamente. Atente para os provérbios populares. Escute os avós.
Se quiser viver, medite. Mire as conchas que a maré triturou, que pavimentam a praia; o ócio do leão, feliz com a prole bem alimentada; o sol que se fatiga no lusco fusco da tarde. Devagar, procure as entrelinhas da poesia, o imarcescível da narrativa, a dignidade da biografia. Escute, de olhos fechados, os violinos, as gaitas, os trompetes, os pianos, os realejos. O universo pulsa, descubra o seu ritmo.
Soli Deo Gloria
Ricardo Gondim